domingo, janeiro 16, 2005
O Processo de Bolonha – A convergência do Ensino Superior Europeu -
“Assi fomos abrindo aqueles mares,
Que geração alguma não abriu(...)”
Luís Vaz de Camões
Habituados que estamos, nós Portugueses, a mostrar ao resto do mundo os benefícios de aproximar povos, aproveitemos agora, nesta geração, para demonstrar como se agiliza um processo da dimensão do de Bolonha. Agilizar será certamente o termo mais adequado, pois no ponto em que nos encontramos, já não é possível voltar para trás e muito menos ficar a ver o comboio passar.
Mas antes de mais será necessário compreender realmente o propósito deste projecto para depois o defendermos e impulsionarmos.
Há certamente alguns velhos do Restelo que não embarcam neste desígnio e outros que apenas pretendem efectuar operações de estética ou maquilhar o que está mal, mas na verdade o que se impõe, é a oportunidade única de reformular algumas deficiências e vícios existentes no ensino superior português.
Desde logo, a já ultrapassada forma de leccionar e aprender em que urge uma maior interacção entre docente e aluno e para além disso, uma maior transposição à realidade e prática do mercado de trabalho.
A própria preparação para aderir a Bolonha poderá trazer alterações significativamente positivas quanto ao espírito de concorrência e abertura à sociedade que tanto falha nas instituições de ensino portuguesas.
A questão da mobilidade, onde se espera que a circulação seja máxima e real, poderá fortificar, valorizar e projectar o nosso meio académico e trará enriquecimentos através da troca de cultura, de aprendizagens e saberes. Troca essa que a longo prazo desenvolverá a tolerância, que levará certamente a uma maior estabilidade e segurança no velho continente.
Mas nem tudo é bom. Temos que nos acautelar e aproveitar para realmente pensar o ensino superior português, pois caso contrário teremos barreiras maiores para sobrepor.
As da língua, as económicas, as de credibilidade das instituições de ensino, as relacionadas com a investigação, as de avaliação, entre outras. Mas de nada vale cruzar os braços perante estes obstáculos como fizeram algumas instituições, que ainda hoje não digerem esta “Bolonhesa”.
Temos de ter confiança e trabalhar para fazer o melhor, para que em 2010 quando tudo estiver estabelecido, sejamos a locomotiva e o espelho de um ensino bem organizado, onde se mudaram atitudes e conceitos. Não nos esqueçamos que “a vitalidade e eficiência de qualquer civilização podem ser medidas pela atracção que a sua cultura exerce sobre os outros países” e se já o fizemos, por que não havemos de o voltar a fazer?
Que geração alguma não abriu(...)”
Luís Vaz de Camões
Habituados que estamos, nós Portugueses, a mostrar ao resto do mundo os benefícios de aproximar povos, aproveitemos agora, nesta geração, para demonstrar como se agiliza um processo da dimensão do de Bolonha. Agilizar será certamente o termo mais adequado, pois no ponto em que nos encontramos, já não é possível voltar para trás e muito menos ficar a ver o comboio passar.
Mas antes de mais será necessário compreender realmente o propósito deste projecto para depois o defendermos e impulsionarmos.
Há certamente alguns velhos do Restelo que não embarcam neste desígnio e outros que apenas pretendem efectuar operações de estética ou maquilhar o que está mal, mas na verdade o que se impõe, é a oportunidade única de reformular algumas deficiências e vícios existentes no ensino superior português.
Desde logo, a já ultrapassada forma de leccionar e aprender em que urge uma maior interacção entre docente e aluno e para além disso, uma maior transposição à realidade e prática do mercado de trabalho.
A própria preparação para aderir a Bolonha poderá trazer alterações significativamente positivas quanto ao espírito de concorrência e abertura à sociedade que tanto falha nas instituições de ensino portuguesas.
A questão da mobilidade, onde se espera que a circulação seja máxima e real, poderá fortificar, valorizar e projectar o nosso meio académico e trará enriquecimentos através da troca de cultura, de aprendizagens e saberes. Troca essa que a longo prazo desenvolverá a tolerância, que levará certamente a uma maior estabilidade e segurança no velho continente.
Mas nem tudo é bom. Temos que nos acautelar e aproveitar para realmente pensar o ensino superior português, pois caso contrário teremos barreiras maiores para sobrepor.
As da língua, as económicas, as de credibilidade das instituições de ensino, as relacionadas com a investigação, as de avaliação, entre outras. Mas de nada vale cruzar os braços perante estes obstáculos como fizeram algumas instituições, que ainda hoje não digerem esta “Bolonhesa”.
Temos de ter confiança e trabalhar para fazer o melhor, para que em 2010 quando tudo estiver estabelecido, sejamos a locomotiva e o espelho de um ensino bem organizado, onde se mudaram atitudes e conceitos. Não nos esqueçamos que “a vitalidade e eficiência de qualquer civilização podem ser medidas pela atracção que a sua cultura exerce sobre os outros países” e se já o fizemos, por que não havemos de o voltar a fazer?
João Maria Condeixa